Frases de Julian Barnes

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“Todas as histórias de amor são potenciais histórias de dor. Se não no princípio, depois. Se não para um, para o outro. Às vezes para ambos.”

“Quantas vezes contamos a história da nossa vida? Quantas vezes adaptamos, embelezamos, fazemos cortes matreiros? E, quanto mais a vida avança, menos são os que à nossa volta desafiam o nosso relato, para nos lembrar que a nossa vida não é a nossa vida, é só a história que contámos sobre a nossa vida. Que contámos aos outros mas — principalmente — a nós próprios.”

“Mas o tempo… o tempo primeiro fixa-nos e depois confunde-nos. Pensávamos que estávamos a ser adultos quando estávamos só a ser prudentes. Imaginávamos que estávamos a ser responsáveis, mas estávamos só a ser cobardes. Aquilo a que chamávamos realismo acabava por ser uma maneira de evitar as coisas e não de as enfrentar. Tempo… deem-nos tempo suficiente e as nossas decisões mais fundamentadas parecerão instáveis e as nossas certezas, bizarras.”

“Parece-me que pode ser esta uma das diferenças entre a juventude e a idade: quando somos jovens, inventamos futuros diferentes para nós; quando somos velhos, inventamos passados diferentes para os outros.”

“Nós sabíamos por nossas leituras dos grandes livros que Amor envolvia Sofrimento, e teríamos de bom grado praticado o Sofrimento se houvesse uma promessa implícita, talvez até lógica, de que o Amor poderia estar a caminho.”

“Viver sozinho tem momentos de auto-comiseração e paranóia.”

“Acredito certamente que todos sofremos danos, de uma ou outra maneira. Como podíamos não sofrer, senão existe um mundo de pais, irmãos, vizinhos e companheiros perfeitos? E depois há a questão, de que tanta coisa depende, do modo como reagimos ao dano: quer o reconheçamos, quer o recalquemos, e como isso afecta as nossas relações com os outros. Alguns admitem o dano e tentam suaviza-lo; outros passam a vida a tentar ajudar outros que sofreram danos; e há depois aqueles cuja maior preocupação é evitar mais danos para si próprios, a qualquer preço. Esses são os implacáveis, aqueles com quem devemos ter cuidado.”

“• Vivemos no tempo – ele contém-nos e molda-nos – mas nunca senti que o compreendesse muito bem. E não me refiro a teorias sobre o modo como cede, recua e dá meia volta, ou poderá existir algures em versões paralelas. Não, falo do tempo comum, quotidiano, que os relógios de pulso e de parede nos garantem passar regularmente. Existe algo mais plausível do que um ponteiro de segundos? E todavia basta a menor dor ou prazer para nos ensinar a maleabilidade do tempo. Há emoções que o aceleram, há outras que o abrandam. Às vezes parece desaparecer – até ao ponto em que desaparece mesmo, para nunca mais voltar.”

“This is what those who haven’t crossed the tropic of grief often fail to understand: the fact that someone is dead may mean that they are not alive, but doesn’t mean that they do not exist.”

“If you’re that clever you can argue yourself into anything.”

“How rarely do our emotions meet the object they seem to deserve? How hopelessly we signal; how dark the sky; how big the waves. We are all lost at sea, washed between hope and despair, hailing something that may never come to rescue us.”

“You lose the world for a glance? Of course you do. That is what the world is for: to lose under the right circunstances.”

“There are two essential kinds of loneliness: that of not having found someone to love, and that of having been deprived of the one you did love. The first kind is worse. Nothing can compare to the loneliness of the soul in adolescence.”

“It is all just the universe doing its stuff, and we are the stuff it is being done to.”

“I’ve always thought you are what you are and you shouldn’t pretend to be anyone else. But Oliver used to correct me and explain that you are whoever it is you’re pretending to be.”

“If the writer were more like a reader, he’d be a reader, not a writer. It’s as uncomplicated as that.”

“Novels tell us the most truth about life: what it is, how we live it, what it might be for, how we enjoy and value it, and how we lose it.”

“.. books look as if they contain knowledge, while e-readers look as if they contain information.”

“There's nothing wrong with being a genius who can fascinate the young. Rather, there's something wrong with the young who can't be fascinated by a genius.”

“His air of failure had nothing desperate about it; rather, it seemed to stem from an unresented realisation that he was not cut out for success, and his duty was therefore to ensure only that he failed in the correct and acceptable fashion.”

“I read Hemingway's posthumous Paris memoirs, rumoured to have been written by his wife (`Out of the question,' Toni assured me, `they're so badly written they must be authentic').”

“Now, Stuart, as you will discover if you have not done so already, believes that the principal raison d'etre of food is to conceal from public view the hideous pattern on the plate beneath.”

“You need one of those slave-driving old studio bosses if you ask me, not a sensitive graduate who went into movies because he liked the clouds in Antonioni and then turned himself into a nouvelle vague Deutscher all hot for Truthspiel.”

“This is I have to admit, one murky compartment of the female psyche which has yet to benefit from the oven-scourer of Reason.”