Frases de Guillaume de Machaut

Guillaume de Machaut foi um compositor e poeta francês. Nada se sabe de sua família e seus primeiros anos são obscuros, mas recebeu sólida educação musical, literária e humanistica em Reims e Paris. Iniciou sua carreira servindo João de Luxemburgo, rei da Boêmia, mais tarde trabalhando para sua filha Bona de Luxemburgo e Carlos II de Navarra, recebendo o patrocínio de outros reis e nobres de alta categoria. Ao mesmo tempo, fez carreira na Igreja, sendo indicado cônego de várias dioceses, mas nunca chegou a ser ordenado padre. Suas posições eclesiásticas foram em sua maioria provisórias, salvo em Reims, onde efetivou-se, passando metade de sua vida ligado ao cabido da Catedral, mas pouco se sabe de sua atividade nelas.

É mais lembrado como compositor e poeta, considerado o maior da França no século XIV, sendo um inovador em ambos os campos. Na música adotou muitas novidades rítmicas, melódicas, harmônicas e notacionais introduzidas pela polifonia da Ars Nova, sendo um dos grandes representantes desta escola e um dos criadores da canção polifônica, mas manteve laços com a tradição anterior da Ars Antiqua e com a tradição do canto homofônico trovadoresco, conseguindo um equilíbrio raro e muito apreciado entre o texto e a música. Na poesia estabeleceu um novo modo narrativo e consolidou gêneros líricos que se tornariam dominantes nos séculos XIV e XV, como a balada, o virelai e o rondeau, que também eram gêneros musicais. Deixou produção numerosa na poesia lírica e quatorze longos poemas narrativos , bem como em diversos formatos de canção polifônica e homofônica, com temáticas que tratam principalmente dos ideais cavaleirescos e do amor cortês, mas abordando também assuntos políticos e sociais e os contrastes entre o mundo ideal e o mundo real. Sua grande ênfase na dignidade e valor do indivíduo, suas preocupações pedagógicas e seu interesse na boa formação ética, intelectual e técnica dos artistas, que os capacitassem a se tornar modelos e líderes para a sociedade, estabelecendo no mundo a harmonia divina através da arte, o tornam um proto-humanista.

Suas obras correram a Europa, fundando toda uma escola que permaneceu influente por mais de um século, sendo importante referência para poetas celebrados como Geoffrey Chaucer, Jean Froissart, Eustache Deschamps e Cristina de Pisano e para numerosos compositores. No século XVI sua contribuição havia sido esquecida, e somente no século XIX iniciou uma lenta recuperação. A partir da segunda metade do século XX tornou-se um dos poetas e compositores medievais mais estudados, sendo objeto de volumosa bibliografia. Suas músicas estão entre as mais gravadas e executadas do repertório medieval, voltando a inspirar vários criadores, e além do valor histórico e intrínseco da sua produção literária, certos aspectos de sua construção textual, como os cruzamentos entre ficção e realidade, as narrativas com focos múltiplos e a presença constante de elementos autobiográficos, metalinguísticos e intertextuais, interessam hoje por suas afinidades com a literatura pós-moderna. Suas obras mais afamadas são o poema narrativo Le Livre dou Voir Dit e a composição sacra Missa de Notre Dame, um dos maiores marcos da música da Idade Média. Wikipedia  

✵ 1300 – 1377
Guillaume de Machaut photo
Guillaume de Machaut: 4   citações 0   Curtidas

Guillaume de Machaut: Frases em inglês

“He who makes songs without feeling
Spoils both his words and his music.”

Qui de sentement ne fait,
Son dit et son chant contrefait.
"Remede de Fortune", line 407; translation from Josiah Fisk and Jeff Nichols (eds.) Composers on Music (Boston, Northeastern University Press, 1997) p. 5.

“And since my malady
Will not be
Cured at all
Without you, sweet enemy.
Who are glad
At my torment.
With folded hands I pray
To your heart, since it forgets me.
That it should kill me quickly.
For I languish too long.
Sweet pretty lady.
For God's sake do not think
That any one has authority
Over me but you alone.”

Et quant ma maladie
Garie
Ne sera nullement
Sans vous, douce anemie,
Qui lie
Estes de mon tourment,
A jointes mains deprie
Vo cuer, puis qu'il m'oublie,
Que temprement m'ocie,
Car trop langui longuement.
Douce dame jolie,
Pour dieu ne penses mie
Que nulle ait signourie
Seur moy fors vous seulement.
"Douce dame jolie", line 33; translation by Jennifer Garnham. http://www.lib.latrobe.edu.au/MMDB/composer/H0033004.HTM

“My end is my beginning, and my beginning my end.”

Ma fin est mon commencement
Et mon commencement ma fin.
"Ma fin est mon commencement", line 1; translation from Donald N. Ferguson A History of Musical Thought (New York: Appleton-Century-Crofts, [1935] 1948) p. 94.

“And Music is an art which likes people to laugh and sing and dance. It cares nothing for melancholy, nor for a man who sorrows over what is of no importance, but ignores, instead, such folk. It brings joy everywhere it's present; it comforts the disconsolate, and just hearing it makes people rejoice.”

Et musique est une science
Qui veut qu'on rie et chante et dance.
Cure n'a de merencolie,
Ne d'homme qui merencolie
A chose qui ne puet valoir,
Eins met tels gens en nonchaloir.
Partout ou elle est joie y porte;
Les desconfortez reconforte,
Et nes seulement de l'oir
Fait elle les gens resjoir.
"Le Prologue", line 85; translation from Ross W. Duffin (ed.) A Performer's Guide to Medieval Music (Bloomington: Indiana University Press, 2000) p. 190.