Frances Rix Ames foi uma neurologista, psiquiatra e ativista dos direitos humanos, conhecida principalmente por liderar o inquérito ético sobre a morte do ativista anti-apartheid Steve Biko, que morreu por negligências médicas após ser torturado quando estava sob custódia policial. Quando o Conselho Sul Africano Médico e Odontológico recusou a punir o cirurgião chefe distrital e seu assistente que trataram Biko, Frances Ames e um grupo de cinco acadêmicos e médicos arrecadaram fundos e lutaram judicialmente por oito anos contra o estabelecimento médico. Frances arriscou a segurança da sua vida pessoal e carreira acadêmica na busca por justiça, levando o caso para a Suprema Corte da África do Sul, onde eventualmente ganhou o caso em 1985.
Nascida em Pretória e vivendo seus primeiros anos em pobreza na Cidade do Cabo, Frances Ames se tornou a primeira mulher a receber um doutorado em medicina pela Universidade da Cidade do Cabo em 1964. Ames estudou os efeitos da cannabis no cérebro e publicou vários artigos a respeito; observando os benefícios terapêuticos da cannabis em seus pacientes no hospital que trabalhava, ela se tornou uma das primeiras defensoras do uso medicinal da erva. Ela liderou o departamento neurológico do Hospital Groote Schuur antes de se aposentar em 1985, mas continuou a palestrar nos hospitais de Valkenberg e Alexandra. Depois que o apartheid foi finalmente desmantelado em 1994, Ames testemunhou no Conselho da Verdade e Reconciliação sobre o seu trabalho no inquérito ético dos doutores que trataram Biko. Em 1999, Nelson Mandela a condecorou com a Ordem da Estrela da África do Sul, o maior prêmio que um civil pode receber no país, em reconhecimento ao seu trabalho na defesa dos direitos humanos.
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20. Abril 1920 – 11. Novembro 2002