Clarice Lispector: Citações em tendência (página 27)

“Não há pessoas que costuram para fora? Eu costuro para dentro.”

“Eu peço a Deus tudo o que eu quero e preciso. É o que me cabe. Ser ou não ser atendida? isso não me cabe a mim.”

“Eu queria escrever um livro. Mas onde estão as palavras? Esgotaram-se os significados.”

“Olhei pra você fixamente por instantes. Tais momentos são meu segredo.”

“Meu trabalho é o de viver os meus prazeres e as minhas dores. É necessário que eu tenha a modéstia de viver.”

“Ela forçou dentro de mim sua existência”

“Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar.”

“Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta.”

“Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra. Quando essa não-palavra - a entrelinha - morde a isca, alguma coisa se escreveu.”

“Perdi o foco, não o objetivo.”

“Não se compreende música. Ouve-se. Ouça-me com teu corpo inteiro.”

“Perder-se também é caminho.”

“Ocupei-me o tempo todo para disfarçar a saudade.”

“Gosto de coisas complicadas.”

“Às vezes me dá enjoo de gente. Depois passa e fico de novo toda curiosa e atenta. E é só.”

“Só às vezes piso com os dois pés na terra do presente, em geral um pé resvala para o passado, outro pé resvala para o futuro E fico sem nada”

“Há alguma coisa aqui que me dá medo. Quando eu descobrir o que me assusta, saberei também o que amo aqui”

“E dizer que nunca, nunca dei isto que estou sentindo a ninguém e a nada. Dei a mim mesma?”

“Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma para sempre.”