Anatole France: Amor

“Não há amor verdadeiro sem alguma sensualidade.”

“A caridade humana é o concurso de todos na produção e na partilha dos frutos. Ela é justiça, é amor, e os pobres a exercem melhor que os ricos.”

“O cristianismo prestou ao amor um grande serviço, quando o anunciou como pecado.”

“A timidez é um grande pecado contra o amor.”

“O véu das viúvas traça-se sempre pelo novo amor que nasce entre as suas pregas.”

“A fome e o amor são os dois eixos do mundo. A humanidade gira toda sobre o amor e a fome.”

“Tenho amor à verdade. Creio que a humanidade necessita dela; é, porém, certo que precisa mais da mentira, que a lisonjeia, que a conforta e lhe dá esperanças infinitas. Sem a mentira morrer-se-ia de desesperação e de enfado.”

“É o amor que faz a beleza das coisas.”

“Nós metemos o infinito no amor. A culpa não é das mulheres.”

“O cristianismo fez muito pelo amor ao torná-lo um pecado.”

“Uma implacável honestidade é pobre bagagem no amor.”

“O Cristianismo fez uma grande coisa pelo amor fazendo dele um pecado.”

“O senhor sabe, meu caro mestre, que eu não sou um animal destruidor. Não tenho vocação para o militarismo. Tenho mesmo ideias humanitárias bem avançadas, e creio que a fraternidade dos povos será a obra do socialismo triunfante. Enfim, tenho amor à humanidade. No entanto, do momento em que me enfiam um fuzil na mão, sinto vontade de atirar em todo mundo. Está no sangue…
(…)
— O senhor não ignora, caro mestre – acrescentou –, o poder da sugestão. Basta entregar a um homem uma baioneta na ponta de um fuzil para que ele a enterre na barriga do primeiro que apareça e se torne, como diz, um herói.”